"A região de Cururupu, que reúne uma grande quantidade de
comunidades quilombolas, é representante de um singular sotaque de Bumba Boi
maranhense, com instrumentação, coreografias, adereços e musicalidade
extremamente particulares. O nome do sotaque vem da forma como são tocadas os
pandeirões, Brilho da Sociedade é um dos mais conhecidos grupos deste sotaque,
conduzindo há 56 anos pela belas toadas de Mestre Edmundo, tendo o casal Eliésio
e Matilde como representantes do grupo em São Luis.
No Maranhão, o Bumba Boi é uma fenômeno sóciocultural de enorme
proporções cujo auge do ciclo - o batizado do Boi - acontece no dia de São João
Batista. Sincretizado com Xangô, o orixá do trovão, os festejo juninos tem São
João como pagamento maior, e a ele são oferecidos como pagamento de promessas
ou afirmação de devoção as brincadeiras de Bumba Boi maranhense. O ciclo é
longo e altamente ritualizado: compreende o nascimento do Boi no sábado de aleluia,
seu batizado em 24 de junho e sua morte em período que varia de agosto a
dezembro".
"O sotaque de Cururupu (Costa de Mão) tem uma história no mínimo
curiosa. De acordo com seu Eliésio, do Boi Brilha da Sociedade, um dos grupos
em atividades, a origem deste sotaque está ligada à vida dos negros que eram
castigados pelos seus senhores. “Eles levavam bolachadas na palma das mãos. Às
vezes palmatórias ou outros instrumentos de tortura eram utilizados como método
pedagógico”, conta.
Mesmo com as mãos feridas os negros não deixavam de festejar a São João
e para não perderem a festa tocavam os pandeiros com as costas das mãos. Além
dos pandeiros, entre os instrumentos tocados pelos brincantes estão os Maracás
de Metal e Tambores-Onça.
Ocasionalmente, outros instrumentos podem ser incorporados, como um
Surdo ou Zabumba, para auxiliar a marcação, ou um pandeiro comum, de
samba, quando não se dispõe do outro. Os pandeiros, que geralmente têm entre 30
e40 centímetros de diâmetro e entre 8 e12 centímetros de altura, são pendurados
com uma correia em torno do pescoço e batidos com a costa de uma das mãos,
enquanto a outra apóia o instrumento. O couro do boi, de início, era feito de um tecido grosso chamado
azulão, sobre o qual se colavam enfeites de papel com cola de tapioca. Mais
tarde veio o cetim e, finalmente, o veludo, bordado com paetês e lantejoulas e,
depois, canutilhos".
Bumba-Meu-Boi de Costa de Mão Brilho da Sociedade
Fonte: http://passeiourbano.com/2011/05/26/boi-sotaque-de-costa-de-mao-cururupu/
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